PAPO DE SEGUNDA-FEIRA

Seguindo com o cronograma, segue a postagem do Pedro Alexandre, um dos heróis a certar 13 (treze) dentre as 16 (dezesseis) colocações importantes das Séries A e B...

De volta ao topo

1992. O Presidente da República sofre impeachment. Massacre no presídio de Carandiru. Guilherme de Pádua mata Daniela Perez com uma tesoura, o que desencadeia uma longa discussão que resultaria na lei dos crimes hediondos. A seleção brasileira de futebol assistia pela TV as Olimpíadas de Barcelona, pois tinha sido eliminada num ridículo empate com a Venezuela.

Tragédias nacionais à parte, 1992 é um ano que eu sempre gostei de lembrar. Não porque eu adorasse a sétima série, mas pelo que aconteceu nos brasileirões, série B e A daquele ano.

Espremido no singular “cimento especial” do saudoso PV, num jogo em que ninguém se sentou por um minuto, tive que procurar uma fresta entre os demais torcedores alvinegros para ver e vibrar com um estranhíssimo gol do volante-lateral improvisado César contra o ABC, que nos levaria à primeira divisão do futebol brasileiro.

Primeira divisão esta que seria vencida, no mesmo ano, pelo time que ocupava o pequeno espaço em meu coração que o Vozão ainda tinha deixado. O Flamengo, com um time de média de idade pouco superior a 20 anos, cresceu na hora certa e detonou os favoritos Vasco e Botafogo.

Para uma criança de 12 anos de idade, a dupla glória significava uma sensação de poder absoluto, e a certeza de que uma seqüência de enorme sucesso estava por vir, sem nunca imaginar que por 17 anos não teria sucesso ao tentar repetir aquela euforia provocada pelos times comandados por Cláudio Adão e Júnior.

Não sei o que o futuro aguarda para ambos, mas hoje tudo é festa. Se um deles possui dívidas multimilionárias e outro uma irrisória cota de TV, os dois possuem torcidas espetaculares que os trouxeram de volta ao topo. E depois de tanto tempo, não vamos devolvê-lo fácil.

Meus parabéns às maiores (e melhores) torcidas do Nordeste e do Brasil, das quais me orgulho de fazer parte.